terça-feira, 7 de junho de 2011

A chita é, basicamente, um tecido de algodão chamado de morim, caracterizado por tramas simples, e por desenhos ingênuos, limpos e chapados. As cores intensas servem para despistar irregularidades do próprio tecido, e são aparentemente puras, indo do vermelho ao azul; do amarelo ao verde.
O tecido surgiu na Índia e, há tempos, já servia de toalha de mesa em casas de pau-a-pique brasileiras. Hoje empresta sua estampa até para uma cadeira do designer-sensação Philippe Starck.


Na época de Brasil-colônia, chegou a ser proibido de ser produzido, sendo permitido apenas a compra das chitas indianas e inglesas vendidas pelos comerciantes portugueses. Quem teimava em uma produção (num sistema totalmente artesanal e caseiro), o fazia como forma de protesto.
Foi no Brasil que as estampas se transformaram em grandes flores com o contorno em preto, conquistando as camadas mais pobres da população. Por serem muito baratos, integraram-se ao folclore nacional e ficaram conhecidos, primeiramente, em cortinas e almofadas.
A história da chita traz um pouco da trajetória da alma brasileira. Passado, presente, trabalho, castigo, festa, criação, arte, infância, malícia e uma alegria descarada se combinam nas cores e misturas descontroladas das estampas, que vestiram escravos, camponeses, tropicalistas, personagens da literatura, teatro, novela e cinema, sem perder a inocência.
Ela é a cara do Brasil. Tem temperamento nacional. É alegre, colorida, expansiva, sensual, maliciosa, abusada, expõe-se, mas não perde a ingenuidade¿, enumera Renata Mellão, sobre suas pesquisas para o livro 'Que chita bacana', que idealizou e coordenou em parceria com o designer Renato Imbroisi.


Chitas:








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